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23.06.2016 ÁLCOOL E DROGAS

Palestra sobre redução de danos destaca o tratamento de dependentes químicos

A pesquisadora Rafaela de Quadros Rigoni apresentou sua tese de doutorado, na qual compara serviços de Porto Alegre e de Amsterdã
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Pesquisadora Rafaela de Quadros Rigoni durante a palestra.
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Gerente de Saúde Comunitária do GHC, Simone Bertoni, saudou a oportunidade de falar sobre o tema.
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Encontro foi destinado a profissionais das unidades de Atenção Primária, CAPS, Consultório na Rua e residências.

Ampliar o olhar sobre o tratamento de dependentes químicos sob o panorama da redução de danos em serviços AD (Álcool e Drogas) e na atenção básica foi o que levou o Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas III (CAPS-AD III) do Grupo Hospitalar Conceição (GHC) a promover na manhã desta quinta-feira, 23 de junho, a palestra com a pesquisadora Rafaela de Quadros Rigoni, intitulada “Redução de Danos & Trajetórias Mundo Afora”.

Destinado a profissionais das unidades de Atenção Primária, CAPS e Consultório na Rua, da Gerência de Saúde Comunitária, e das residências (RIS e RM em Saúde Mental), o evento lotou o auditório do Instituto da Criança com Diabetes (ICD) e contou com a presença da gerente de Saúde Comunitária do GHC, Simone Bertoni, que destacou a oportunidade de divulgar e discutir esse tema. Segundo ela, o assunto merece a atenção de todos os trabalhadores da saúde voltados para o cuidado em rede de pacientes com dependência química.

Segundo Rafaela de Quadros Rigoni, a redução de danos não propõe um modelo único de atendimento, pelo contrário, procura definir o tratamento caso a caso. Durante o desenvolvimento de sua tese, vários trabalhadores de CAPS e ONGs foram entrevistados. De acordo com a pesquisa, o que mais dificulta a inserção da redução de danos e a formulação de políticas sobre drogas é a falta de recursos e a incerteza que muitos profissionais têm em como encaminhar esses usuários, que, muitas vezes, se encontram em estado de vulnerabilidade social.

Parte dos dados de Porto Alegre foi coletada no próprio CAPS AD III do GHC, em 2010. “Apesar de haver algumas dificuldades, o GHC já apresentava muito potencial e diversidade de serviços, tanto especializados quanto na atenção básica”, lembrou a pesquisadora. A partir de sua experiência com redução de danos em Amsterdã, na Holanda, Rafaela afirma que a solução está em constituir uma rede integrada para poder prevalecer o diálogo entre os setores.

Rafaela também frisou que, além do dano à saúde, o abuso de drogas também traz adversidades sociais, psicológicas e econômicas, não só ao indivíduo como também à sua família e à comunidade na qual está inserido. Ela ainda traçou um paralelo entre o tratamento com redução de danos e os princípios do SUS: referente à universalidade, para garantir o acesso dos dependentes químicos a serviços de saúde; à equidade, dado que cada paciente tem necessidades diferentes; à participação e controle social, relativo à construção coletiva de políticas de cuidado por parte dos profissionais de saúde; e também à integralidade e intersetorialidade, considerando as relações entre o usuário e o meio em que está inserido.

Creditos: Lorenzo Leuck.