Dando continuidade ao Mês da Consciência Negra, a Comissão Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do Grupo Hospitalar Conceição (Ceppir/GHC) realiza nesta terça-feira, 17 de novembro, o Seminário Saúde da População Negra em foco. Além de palestras, o evento também conta com a exposição de algumas obras do artista plástico Paulo Montiel e apresentações culturais dos grupos Odu Duá e do Estado Maior da Restinga e Zé Pilintra.
Durante a cerimônia de abertura, pela manhã, a presidente da Ceppir/GHC, Ludmila Marques da Silva, destacou o incremento da programação alusiva ao Dia da Consciência Negra no GHC. “Nós conseguimos multiplicar as atividades aqui no Grupo, passando a realizá-las no Hospital Fêmina, no Conceição, na UPA e nas unidades de saúde”, informou. “Deixamos de comemorar somente uma semana para comemorar um mês”, concluiu.
Representando a Fundação Cultural Palmares na Região Sul, Renata Rodrigues Lopes discorreu sobre a promoção e a preservação da cultura afro-brasileira. “A importância de comemorarmos a Semana da Consciência Negra está em representar a resistência do povo brasileiro contra a discriminação racial”, ressaltou. Renata também celebrou a significativa presença de mulheres negras que trabalham no GHC na passeata contra o genocídio da juventude negra, que será realizada nesta quarta-feira, 18, em Brasília.
Para a diretora-superintendente do GHC, Sandra Fagundes, a importância deste encontro consiste em direcionar ações afirmativas e inovadoras contra a discriminação racial. Ela lembrou que tomada de decisões tornam possível a adesão de medidas institucionais como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) da agricultura familiar e de comunidades quilombolas. “Pra mim, é uma alegria e um certo privilégio poder estar aqui hoje, por toda essa trajetória de empoderamento e afirmação de direitos da população negra na nossa instituição”, afirmou a superintendente. O gerente de Unidades de Apoio do GHC, Márcio Mariath Belloc, também participou da mesa de abertura do evento.
Zumbi em cena
Um trecho da peça Encanto Zumbi, realizada pelo grupo Ori-Oristéia na parte da manhã, encenou com percussão e avidez uma parte da história de Zumbi dos Palmares, fazendo com que a plateia aplaudisse de pé no seu encerramento.
“Eu acho importante, neste período de novembro, nós ocuparmos espaços nos palcos, nas rádios e nas televisões. Pois é quando o país para um pouco para escutar sobre a cultura negra”, defende o ator Gil Collares a respeito do papel da arte na luta contra o racismo. “As lutas políticas contra o racismo são muito importantes, pois o racismo sempre existiu no Brasil e infelizmente vai continuar existindo por muito tempo, por isso, mesmo nós como artistas temos a obrigação de passar esse outro lado, mostrar como nossa história é importante e quão é bom contá-la”, complementa o artista.
Palestras a respeito de temas ligados à saúde, autoestima e cultura da população negra dão seguimento à programação do seminário à tarde, contando com a participação de integrantes da Ceppir, da Secretaria Municipal da Saúde, da UFRGS e dos Coletivos Africamente e Negração.
Creditos: Lorenzo Leuck