De portas abertas para a arte e a solidariedade, uma vez por mês, o Hospitalar Federal de Bonsucesso (HFB), filial do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), no Rio de Janeiro, recebe voluntários do projeto Conexão do Bem para levar música, teatro e afeto para dentro do instituição. Em cada ala visitada, a presença do grupo é sentida não apenas pelos olhos, mas, também, pelo coração. Com cortejos musicais e teatrais, o Conexão transforma o ambiente hospitalar, proporcionando momentos de alegria e esperança para usuários, acompanhantes e trabalhadores. Eles dançam, aplaudem, cantam e interagem. Há relatos, inclusive, de usuários que tiveram melhora no estado de saúde a partir da passagem do grupo.
A parceria do HFB com o Conexão do Bem existe há seis anos e vem se fortalecendo cada vez mais com a nova gestão. O usuário Luiz César Coutinho, de 64 anos, por exemplo, não conteve a emoção. Ele cantou com todo o fôlego a música “É o amor”, e disse que a “brincadeira” transformou o seu estado de espírito. “Foi maravilhoso, trouxe mais alegria e conforto para nós”, emocionou-se.
De acordo com a gerente de Atenção à Saúde do HFB/GHC, Sônia Capelão, a humanização do ambiente é uma aliada na recuperação do bem-estar do usuário. “Para mim, o que vale é dar um pouco de conforto e acolhimento durante a internação, porque é um momento difícil em que a pessoa não sabe o que vai acontecer”, explica. Ela ressalta que também realizam ações com crianças, sempre voltadas para o acolhimento e cuidado. “Quando a gente fala em cuidar da saúde, não é só do momento da comorbidade, mas do cuidado integral”, definiu.
Para a responsável pela Coordenação de Atenção Comunitária e ao Voluntariado (CAC-Vol) do HFB/GHC, Luciana Moreira, a iniciativa tem um impacto direto no ambiente hospitalar. “Demos os primeiros passos dessa ação um pouco antes da pandemia e hoje vemos o quanto é importante”, destaca. Ela constata uma transformação de humor, ânimo e disposição, não só nos usuários, mas também dos trabalhadores. “Teve um caso em que um enfermeiro da Hemodiálise comentou que a pressão de um paciente melhorou depois que ele participou do momento com música, há uma mudança total”, lembrou.
A coordenadora do Conexão do Bem, Roberta Brisson, explica que, para a realização do percurso, é necessário seguir alguns critérios. “Antes de começar, eu chego nos quartos e pergunto para cada paciente se quer receber a música, e a maioria diz que sim”, contou. Entretanto, segundo ela, mesmo quando a resposta é negativa, considera que o trabalho está feito, porque a ideia dessa ação é estimular o indivíduo a se expressar, seja qual for a maneira que ele precise naquele momento. “Às vezes, a pessoa está muito triste, aí a música faz com que ela chore, deságue aquela emoção; outras, estão quietinhas e, quando eu olho de novo, estão cantando, e isso é gratificante”, lembrou.
Créditos: Texto: Mariléa Lopes / Fotos: ASCOM/HFB